FORA DA ORDEM E SEM CONTROLE ALGUM!!!!

foraOs versos da canção “Fora da Ordem”, que introduzem estas mal traçadas linhas, são de Caetano Veloso, que há poucos dias numa entrevista ao jornal Folha de S. Paulo definiu os “rolezinhos” como sendo “a sociedade em movimento”. Só para lembrar, rolezinho foi o nome dado à ocupação por grupos de adolescentes em shoppings. Aqui mesmo em Sorocaba essa prática rendeu muita discussão e dois dos centros de compra que funcionam na cidade obtiveram liminar na Justiça para impedir a presença dos jovens em seus recintos. Alegaram os empreendimentos que a concentração colocaria em risco a integridade patrimonial e a segurança dos clientes que por lá circulam. Passada a euforia do momento, deram os rolezinhos lugar a outras manifestações. Dessa forma, assistimos, agora, a um verdadeiro levante, cujo resultado foi a morte do cinegrafista da TV Bandeirantes que acompanhava a mobilização no Rio de Janeiro, atingido que foi por uma bala perdida. Talvez os estudiosos de plantão tenham teorias mais fundamentadas para explicar o que exatamente acontece. Por que, afinal, tantos protestos? Daqui, à distância, observador que sou, atrevo-me a responder que os fatos ora testemunhados têm relação com as passeatas havidas em junho do ano passado, quando jovens foram as ruas para pedir que o preço da tarifa de ônibus não aumentasse. É inegável que o estopim dessa onda foi aceso naquele instante. Como disse o compositor, a sociedade está se movimentando. O problema é saber para onde e com quais objetivos. Toda forma de manifestação é legítima e autorizada por norma própria. Os excessos, todos sabemos, são puníveis. Sobra disso tudo que a insatisfação dos manifestantes deve ser objeto de reflexão. Tem, sim, razão o povo quando reclama dos gastos excessivos com a organização da Copa do Mundo; quando grita contra o nível da representatividade política e a impunidade dos que corromperam e ou foram corrompidos; quando pede um país melhor. A soma disso tudo aponta na direção da ausência do Estado, enquanto ente organizador. A situação chegou a tal ponto que hoje estampam os jornais notícia segundo a qual o suspeito de matar o cinegrafista da Band seria um detento que cumpre pena em Bangu! As coisas perderam o sentido. Alguma coisa está, mesmo, fora da ordem. E sem controle algum!

Continue lendo

SÍNDROME DA BARBÁRIE !!!!!!

maosFui tomado de indignação, tanto quanto muita gente, ao saber do caso do adolescente de 15 anos que, sob a acusação de ter furtado uma furadeira foi perseguido, agredido (ou quase linchado) e acorrentado nu a um poste no bairro de Copacabana, Rio de Janeiro.           O acontecido ganhou ampla repercussão, foi e é debatido nas redes sociais. Dele extraem-se inúmeras lições, mas a principal delas parece não ter sido assimilada. A ninguém é dado fazer justiça com as próprias mãos. Se é que pode ser chamada de “justiça” tão arbitrária e desumana ação. Compartilhamos aqui neste espaço com os que nos acompanham nossas impressões. Quando à frente da subseção Sorocaba da OAB, trabalhamos junto com uma diretoria forte e combativa para evitar abusos, desmandos. A ordem exerceu, naquele momento, seu papel de fiscalização e guardiã política da sociedade. Lembro-me do episódio de reintegração na posse do terreno ocupado por famílias na Vila Helena, imediações do aeroporto, quando dois diretores da entidade foram agredidos por policiais militares despreparados para o cumprimento da ordem judicial. Foram eles até lá justamente com o intuito de evitar um confronto que pudesse ter desdobramentos mais graves. E conseguiram impedir o pior, vale ressaltar. No caso do adolescente submetido à tortura (sim, foi o que aconteceu, afinal) assistimos a uma triste reedição dos piores momentos da omissão do Estado, da falta de investimentos em setores estratégicos como educação, da ausência da família e do descaso do Judiciário. Na reportagem levada ao ar domingo pelo programa “Fantástico”, da Rede Globo, a delegada de polícia responsável pela área declarou não poder agir movida por informações transmitidas via rede social. Talvez até não pudesse mesmo. Essa postura, entretanto, reforça o comodismo das autoridades diante de problemas tão graves. A tal ponto isso acontece, que um grupo de “justiceiros” arvorou-se em assumir, naquele Estado, o controle da situação e, sem amparo algum, aplica “corretivos” em autores de infrações. Segundo consta, o grupo formado por jovens investe-se na condição de defensor dos fracos e oprimidos e, sem cerimônia, prende e bate nos suspeitos, a fim de que não voltem a cometer crimes. Não é exatamente esse o modelo de convívio social que todos esperamos. Não parece adequado viver num mundo em que pessoas são violentadas e expostas à execração pública. Não faz sentido manter uma força paramilitar que resolve os problemas da criminalidade recorrendo também ao crime.          Estamos num momento particularmente pródigo para discutir o tema. Teremos este ano eleições. É o momento em que os cidadãos podem fazer valer sua condição. A escolha acertada de candidatos comprometidos com o bem estar comum, por mais difícil que alguns queiram, ainda é a melhor das alternativas. Além disso, acima de tudo, que todos possam compreender e praticar o sentido da solidariedade, da fraternidade e do respeito aos direitos humanos. Como disse Kant, “a inumanidade que se causa a outro, destrói a humanidade em mim”. Pensem nisso. Até a próxima postagem.

Continue lendo

O PRINCÍPIO DA AUTORIDADE !

principioAutoridade e poder são palavras que se relacionam intimamente. Isto acontece pelo fato de ser impossível concebermos a ideia de alguém exercer autoridade sem algum tipo de poder. A título de exemplo, a autoridade de um pai sobre um filho advém do seu poder parental. A autoridade de um policial que faz ronda nas ruas de sua cidade, decorre do poder a ele conferido por seus superiores, que a recebeu da Lei. Mesmo assim, as vezes vemos pessoas revestida de autoridade, mas que pelas suas condutas perderam o poder, porque ninguém obedece, sendo comum ouvir dizer ” fulano não tem autoridade moral”, para ensinar ou dar ordens para ninguém. Por isso, que o princípio da autoridade deve ser visto com muito zelo, não basta querer “ser autoridade” é preciso saber exercê-la com sabedoria. Exemplo disso, vemos constantemente algumas autoridades negando o direito a quem tem, juízes se recusando em atender advogados ou julgar de forma imparcial, presidentes de OAB “dorminhocos”, promotores de justiça “piadistas”, chefes de família dando mal exemplo.” Prefeito revestido pela autoridade do voto abandonando a cidade às moscas”. No plano espiritual isso acontece também, conforme vemos em Mateus 10.1; ” Chamando seus discípulos, deu-lhes autoridade para expulsar espíritos imundos e curar todas as doenças e enfermidades”.Logo se vê que muitos que se apresentam como dotados de poder espiritual para a cura, não passam de charlatães, porque não as recebeu de Deus. Portanto, meu amigo, minha amiga, se você tiver alguma autoridade, exerça-a com sabedoria, para não perder o poder dela decorrente, porque do contrário você estará infringindo não somente uma lei humana, mas divina também!

Continue lendo