DO RESPEITO À DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA!

rosto“Merecem a verdade factual aqueles que perderam amigos e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia. É como se disséssemos que, se existem filhos sem pai, se existem pais sem túmulo, se existem túmulos sem corpos, nunca, nunca mesmo pode existir uma história sem voz”, (Presidente Dilma Roussef).
A IMPORTÂNCIA DO RESGATE HISTÓRICO E DO RESPEITO À DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA!

Noticia a imprensa que Sorocaba pode passar com sua Comissão Municipal da Verdade. Apenas para não fugir do didatismo, informo que a Comissão consiste numa instância criada por lei federal para apurar registros de violação dos direitos humanos entre os anos de 1964 e 1988. Foi no período da ditadura militar, compreendido nas pouco mais de duas décadas citadas, que o Brasil escreveu a mais atroz e ultrajante página de sua história recente. Suprimiram-se liberdades, tolheram-se prerrogativas, pessoas foram perseguidas, ultrajadas, detidas, violentadas e até morreram. Entre nós, rememora a matéria que acabo de ler, também amargamos o mesmo sofrer. Fala o texto dos casos dos estudantes Alexandre Vanucchi Leme e Gerardo Magela, além dos ex-vereadores Santana Guimarães (ilustre advogado a quem tivemos a honra de conhecer) e João dos Santos Pereira. Destaque também para o Congresso da UNE realizado em 1968, na cidade de Ibiúna, na região, marco do movimento estudantil. São eles, junto com outros, personagens emblemáticos de uma fase que não pode ser esquecida. A Comissão, até por isso, cumpre importante papel no processo de resgate da memória, de apuração dos episódios e no encaminhamento das conclusões do trabalho à esfera nacional, esta dotada de competência para, sendo o caso, deliberar sobre que providências encampar. No município, caberá à Câmara de Vereadores elaborar o projeto para criação da Comissão e, depois de aprova-lo, conduzir o trabalho investigativo, se assim podemos chamar. Retomar as passagens e revisitar o passivo histórico é de suma importância para a construção da cidadania, para a compreensão do que aconteceu e projeção do que está por vir. Entendemos que essa é uma frente à qual toda a sociedade organizada deve se engajar. Lembro, sem querer absolutamente valer-me de presunção, que quando à frente da subseção local da Ordem dos Advogados (OAB), que nossa diretoria cuidou para que o respeito à dignidade da pessoa humana não fosse mera figura de retórica. Que a entidade possa somar, agora, nesse momento em que sua participação mostra-se não apenas necessária, mas é exigida. O trabalho da comissão encarregada de atuar nesse campo primou pela defesa intransigente do postulado. A Comissão que está para ser criada (e esperamos, sinceramente, que isso se torne realidade) surge em momento oportuno. Para dar conta à opinião pública dos fatos havidos aqui na cidade naquele período nefasto. Para reforçar a importância do entendimento desses episódios. Para impedir que novas atrocidades sejam cometidas. Até a próxima postagem.

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